Didáctica da Língua em Rede - Educação de Infância

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20 janeiro 2007

As palavras, Eugénio de Andrade

São como um cristal,
as palavras.
Algumas,
um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

As palavras orvalho aparecem pela manhã, leves e refrescantes, líquidas e macias. Alimentam-nos as flores da alma.
beijinhos,Daniela.

2 Comments:

At 20/1/07 18:16, Anonymous Anónimo said...

Gosto muito deste poema. As palavras são mesmo um cristal, trasparente e lúcido em que nos vemos e revemos a cada instante, por dentro e por fora.
Daneila, obrigado pela publicação.

 
At 20/1/07 18:40, Anonymous Anónimo said...

Eu por acaso tambem gosto muito deste poema.As palavras secretas habitam em nós em locais inacessíveis, repletas de teias de aranhas. Às vezes, moram em baús e ficam como palavras-memória.
obrigada eu por comentario.

 

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