As bolas de sabão que esta criança…
As bolas de sabão que esta criança
Se entretém a largar de uma palhinha 
São translucidamente uma filosofia toda.
Claras, inúteis e passageiras como a Natureza,
Amigas dos olhos como as cousas,
São aquilo que são
Com uma precisão redondinha e aérea,
E ninguém, nem mesmo a criança que as deixa,
Pretende que elas são mais do que parecem ser.
Algumas mal se vêem no ar lúcido.
São como a brisa que passa e mal toca nas flores
E que só sabemos que passa
Porque qualquer cousa se aligeira em nós
E aceita tudo mais nitidamente.
Fernando Pessoa
As vossas bolinhas de sabão são as crianças com quem estão agora a estagiar. Deixem-nas pousar nas vossas mãos cuidadosas e olhem bem por elas. Continuação de bom estágio!
Sara Silva, Salomé Rodrigues e Lurdes Jorge
posted by Educação de Infância - 4º ano @ 21:22
2 Comments:
E o que é a vida senão uma clara, inútil e passageira bola de sabão?
Mas, enquanto dura, faz as delícias daqueles que amamos. Enaquanto somos amados a bola de sabão mantém viva a translucidez do amor.
Gostei imenso de ler este artigo e concordo com o comentário feito pelo professor. E mais digo acerca disto. Como já alguém dizia "O essencial é invisível aos olhos" e, apesar da sua translucidez, uma pequena bola de sabão transporta a criança (e mesmo nós adultos) para um além, um imaginário muito mais alegre que aquilo que podemos observar a "olhos nus". Os nossos sentimentos são também uma bola de sabão: não se vêm, mas sentem-se e são tudo o que nos move e faz lutar para chegar sempre mais além. Obrigada amigas por nos fazerem pensar nas coisas que realmente têm valor.
Carla Almeida
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