Novo Contributo de Cláudia C.
A Borboleta
Trazendo uma borboleta,
Volta Alfredo para casa.
Como é linda! É toda preta,
Com listas douradas na asa.
Tonta, nas mãos da criança,
Batendo as asas, num susto,
Quer fugir, porfia, cansa,
E treme, e respira a custo.
Contente, o menino grita:
É a primeira que apanho,
Mamãe! vê como é bonita!
Que cores e que tamanho!
Como voava no mato!
Vou sem demora pregá-la
Por baixo do meu retrato,
Numa parede da sala.
Mas a mamãe, com carinho,
Lhe diz: Que mal te fazia,
Meu filho, esse animalzinho,
Que livre e alegre vivia?
Solta essa pobre coitada!
Larga-lhe as asas, Alfredo!
Vê com treme assustada…
Vê como treme de medo…
Para sem pena espetá-la
Numa parede, menino,
É necessário matá-la:
Queres ser um assassino?
Pensa Alfredo . . . E, de repente,
Solta a borboleta . . . E ela
Abre as asas livremente,
E foge pela janela.
Assim, meu filho! perdeste
A borboleta dourada,
Porém na estima cresceste
De tua mãe adorada . . .
Que cada um cumpra sua sorte
Das mãos de Deus recebida:
Pois só pode dar a Morte
Aquele que dá a Vida!
Olavo Bilac
A Boneca
Deixando a bola e a peteca,
Com que inda há pouco brincavam,
Por causa de uma boneca,
Duas meninas brigavam.
Dizia a primeira: "É minha!"
— "É minha!" a outra gritava;
E nenhuma se continha,
Nem a boneca largava.
Quem mais sofria (coitada!)
Era a boneca. Já tinha
Toda a roupa estraçalhada,
E amarrotada a carinha.
Tanto puxaram por ela,
Que a pobre rasgou-se ao meio,
Perdendo a estopa amarela
Que lhe formava o recheio.
E, ao fim de tanta fadiga,
Voltando à bola e à peteca,
Ambas, por causa da briga,
Ficaram sem a boneca . . .
Olavo Bilac
Deixando a bola e a peteca,
Com que inda há pouco brincavam,
Por causa de uma boneca,
Duas meninas brigavam.
Dizia a primeira: "É minha!"
— "É minha!" a outra gritava;
E nenhuma se continha,
Nem a boneca largava.
Quem mais sofria (coitada!)
Era a boneca. Já tinha
Toda a roupa estraçalhada,
E amarrotada a carinha.
Tanto puxaram por ela,
Que a pobre rasgou-se ao meio,
Perdendo a estopa amarela
Que lhe formava o recheio.
E, ao fim de tanta fadiga,
Voltando à bola e à peteca,
Ambas, por causa da briga,
Ficaram sem a boneca . . .
Olavo Bilac
2 Comments:
É assim mesmo. Como se costuma dizer, "Quem tudo quer, tudo perde".
Ambos os poemas podem ser dramatizados. Seria interessante.
Obrigado, Cláudia!
JMCouto
Olá professor :)obrigada pelo comentário.
Quanto à dramatização dos poemas, por acaso já tinha pensado nisso, são óptimos para serem trabalhados nesse sentido.
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