Didáctica da Língua em Rede - Educação de Infância

Na era das TIC impunha-se a criação de um espaço de formação interactiva, complementar à vida da sala de aula. Aqui está ele! Aberto à publicação de textos, imagens, pedidos de ajuda, sugestões...Aqui está a possibilidade de continuarmos e explorar as potencialidades da nossa língua portuguesa. Enviem as vossas publicações para educinf@hotmail.com. Todos seremos poucos. Bem-vindos!!! ENDEREÇO PARA "POSTAGENS": educinf@hotmail.com JMCouto

06 dezembro 2006

In Cadernos de Educação de Infância
Jan./Mar. 2005
Ler com os cinco sentidos
"A verdadeira leitura faz-se com os 5 sentidos."
Mafalda Milhões
mafalda.milhões@iol.pt

«Antes de começar o artigo permitam que me apresente e que explique o porquê desta
colaboração que agora começa.
Sou responsável por um projecto editorial a que demos o nome de O Bichinho de Conto. A ambição deste projecto é construir uma comunidade de leitores inteligente, criativa e activa culturalmente na nossa sociedade e no mundo.
O nosso objectivo é mostrar a todos o quão poderosos são os contos, por isso trabalhamos com livros, crianças e adultos de todas as idades.
Conheci a APEI e o seu trabalho à relativamente pouco tempo, na verdade conheci este
projecto através da Elvira Cristina Silva e do seu gosto pelos livros e pelas histórias. Ela contou-me a sua história e eu contei-lhe a minha. Acabámos por trocar ideias e eu aceitei este desafio de escrever sobre livros para todos aqueles que dedicam o seu tempo à formação dos futuros crescidos deste país.
Antes de falar de um livro em especial ou de tipos de livros, é para mim muito
importante que percebam como eu interpreto e olho para a chamada “Literatura
Infantil”.
É fundamental que todos vocês saibam que leitura é muito mais que juntar letras umas
às outras e que os verdadeiros leitores são aqueles que sonham, ouvem e sentem
enquanto lêem. Sabiam que todas as crianças são bons leitores? Muitas delas deixam de o ser quando lhes ensinam a juntar letras umas às outras.
Os livros de imagens são contentores mágicos que promovem as primeiras leituras e
por isso devem ser usados sempre que é necessário, não apenas na infância. Se fosse
assim, teríamos de saber quando acaba a infância de cada indivíduo. Teríamos de
saber quando é que cada pessoa deixa de sonhar. No que me toca eu prefiro não o saber e continuar a alimentar a infância com contos e livros.
Acreditem ou não, os livros de imagens não têm preço...
E se tudo isto acontece comigo, que sou crescida, imaginem só com uma criança!
Imaginem só que nesta página cabem 1345 elefantes, duas baleias e uma mosca, mas só quem sabe ler é capaz de o ver.
O Meu posso puxar com um fio conseguem ver?
A Inês diz que a Elga puxa um gigante e o Pedro diz que a nuvem que está presa ao fio
está carregadinha de chuva molhada e por isso é muito pesada.
Pois é…
Sonhar, inventar, mentir e criar são quatro palavras que derivam da palavra ler.
Dito desta forma, esta frase parece uma mentira com trinta pernas, mas se pensarmos
bem rapidamente chegamos à conclusão de que este disparate está na base da construção de um bom leitor.
Ora vejam:
O sonho resulta de todos os estímulos que são oferecidos pelo conto; a invenção é a
resposta inteligente que acontece sempre que existe um bom contador; a mentira é
acreditar que o sonho acontece; a criação é a característica humana que nos lembra
que existe uma criança dentro de nós.
Aos olhos das crianças o sonho acontece, a invenção é uma mentira pequenina e a
mentira é uma “coisa” feia, a criação faz parte do dia-a-dia e por isso não é valorizada.
O afecto juntamente com estas quatro componentes fazem
da leitura uma necessidade na vida de qualquer ser
humano e a companhia mais terna que eu conheço.
É por isso que valorizar o sonho, descodificar as invenções
e perceber as mentiras é muito importante. A criação deve
ser admirada, vista com infinita ternura e muito respeito. Se
tudo isto acontecer vai ser mais fácil perceber as histórias,
ouvi-las, contá-las, vê-las, senti-las e tocá-las.
O livro “O Meu e o Teu”, de Peter Geißler e Almud Kunert, editado pel’O Bichinho de
Conto, é, sem dúvida nenhuma exemplo de tudo isto. É também uma boa prenda para
adultos que sabem ler.»

Artigo retirado do site da APEI - Associação de Profissionais de Educação de Infância.
Para receberem a revista "Cadernos de Educação de Infâmcia", é só ir ao site da APEI, e a revista sai quadrimestralmente e fica por 10 euros por ano. Por isso, sugerimos que aproveitem esta oportunidade, porque está revista contém artigos muito interessantes.
Bjs,
Elizabeth, Eunice e Zita

2 Comments:

At 7/12/06 00:45, Anonymous Anónimo said...

Também gostei. Confirmo as palavras da autora, como sabem. Lembro que o sítio da APEI está num dos links do nosso blogue.
JMCouto

 
At 7/12/06 00:51, Anonymous Anónimo said...

Quem publica este texto lindo, por favor?

Quem é o anjo das crianças?


Uma criança que ainda não tinha nascido, disse um dia a Deus:
-Dizem-me, Senhor, que amanhã me vais mandar para a Terra; mas como é
que lá, eu, tão pequeno e débil, poderei viver?
- Entre os muitos anjos, escolhi um que está à tua espera, respondeu Deus.
-Mas diz-me, Senhor, eu aqui, no céu, não faço mais que cantar e
sorrir e isso basta para a minha felicidade. Poderei fazê-lo também lá
na Terra?
-Eu enviarei um anjo que sorria e cante todos os dias para ti e tu
sentir-te-ás feliz com as suas canções e sorrisos.
-E como entenderei quando falarem se eu não conheço o estranho idioma
que falam os homens?
-Esse anjo te dirá as palavras mais doces e mais ternas que escutam os
humanos. Ele te ensinará a falar.
- E como farei quando quiser falar contigo, Senhor?
- O anjo juntará as tuas mãozitas e te ensinará uma oração.
- Ouvi dizer que na Terra há homens maus...Quem me defenderá?
- O teu anjo te defenderá, mesmo à custa da própria vida.
- Mas eu estarei triste porque nunca mais Te verei, Senhor. Sem Te ver
sentir-me-ei muito só.
- O teu anjo te falará sobre Mim e te mostrará o caminho para voltares
à minha presença - respondeu-lhe Deus.
- Nesse momento uma paz imensa e indizível reinava no céu. Não se
ouviam vozes terrestres e a criança repetia suavemente:
- Diz-me, Senhor, o seu nome...diz-me o nome do anjo que me espera na Terra...
- E o Senhor respondeu-lhe:
- MAMÃ, A TUA MAMÃ!

Autor desconhecido

 

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