Didáctica da Língua em Rede - Educação de Infância

Na era das TIC impunha-se a criação de um espaço de formação interactiva, complementar à vida da sala de aula. Aqui está ele! Aberto à publicação de textos, imagens, pedidos de ajuda, sugestões...Aqui está a possibilidade de continuarmos e explorar as potencialidades da nossa língua portuguesa. Enviem as vossas publicações para educinf@hotmail.com. Todos seremos poucos. Bem-vindos!!! ENDEREÇO PARA "POSTAGENS": educinf@hotmail.com JMCouto

18 novembro 2006

Por uma Arte de Contar Histórias

Ah, como é importante na formação de qualquer criança ouvir muitas histórias... Escutar histórias é o início da aprendizagem para ser um leitor e ser leitor é ter todo um caminho de descobertas e de compreensão do mundo, absolutamente infinito... O primeiro contato da criança com um texto é feito, em geral, oralmente. É pela voz da mãe e do pai, contando contos de fada, trechos da Bíblia, histórias inventadas tendo a gente como personagem, narrativas de quando eles eram crianças e tanta, tanta coisa mais... Contadas durante o dia, numa tarde de chuva ou à noite, antes de dormir, preparando para o sono gostoso e reparador , embalado por uma voz amada... É poder rir, sorrir, gargalhar com as situações vividas pelos personagens, com a idéia do conto ou com o jeito de escrever de um autor e, então, poder ser um pouco cúmplice desse momento de humor, de gozação. Ler histórias para as crianças, sempre, sempre... É suscitar o imaginário, é ter a curiosidade respondida em relação a tantas perguntas, e encontrar muitas idéias para solucionar questões - como os personagens fizeram... - é estimular para desenhar, para musicar, para teatralizar, para brincar... Afinal, tudo pode nascer de um texto. O significado de escutar histórias é tão amplo... É uma possibilidade de descobrir o mundo imenso dos conflitos, das dificuldades, dos impasses, das soluções, que todos atravessamos e vivemos, de um jeito ou de outro, através dos problemas que vão sendo defrontados, enfrentados (ou não), resolvidos (ou não) pelos personagens de cada história (cada um a seu modo...) E assim esclarecer melhor os nossos ou encontrar um caminho possível para a resolução deles... É ouvindo histórias que se pode sentir (também) emoções importantes como: a tristeza, a raiva, a irritação, o medo, a alegria, o pavor, a impotência, a insegurança e tantas outras mais, e viver profundamente isso tudo que as narrativas provocam e suscitam em quem as ouve ou as lê, com toda a amplitude, significância e verdade que cada uma delas faz (ou não) brotar... É através de uma história que se pode descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outras regras, outra ética, outra ótica... É ficar sabendo história, geografia, filosofia, direito, política, sociologia, antropologia, etc... sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula... Porque, se tiver, deixa de ser literatura, deixa de ser prazer, e passa a ser didática, que é um outro departamento (não tão preocupado em abrir todas as comportas da compreensão do mundo)... Ouvir e ler histórias é também desenvolver todo o potencial crítico da criança. É poder pensar, duvidar, se perguntar, questionar... É se sentir inquieto, cutucado, querendo saber mais e melhor ou percebendo que se pode mudar de idéia... É ter vontade de reler ou deixar de lado de uma vez... É ficar fissurado querendo ouvir de novo mil vezes ou saber que detestou e não querer nenhuma aproximação com aquela história tão chata ou tão boba ou tão sem graça... É formar a opinião, é ir formulando os próprios critérios, é começar a amar um autor, um gênero, uma idéia e daí ir seguindo por essa trilha e ir encontrando outros e novos valores (que talvez façam redobrar o amor pelo autor ou viver uma decepção... Mas isto tudo faz parte da vida). Ouvir histórias é ficar conhecendo escritores - e daí ser importantíssimo dizer à criança o título do que está escutando e seu autor (se for material recolhido da cultura popular, se for autor desconhecido, que se diga também...). faz parte da formação saber quem nos disse coisas bonitas, ou encantadas, ou maravilhosas ou chatas, para que a referência fique e o caminho esteja aberto para continuar mergulhando nos textos de quem se admira, para dar uma colher de chá a quem não nos envolveu tanto num primeiro contato ou para desistir (ou adiar para um outro momento da vida...) a proximidade com um escrevinhador que nos desagradou ou nos decepcionou... Para contar uma história, é preciso saber como se faz... Afinal, nela se descobrem palavras novas, se depara com a música e com a sonoridade das frases, dos nomes... se capta o ritmo, a cadência do conto, fluindo como uma canção... E para isso, quem conta tem que criar o clima de envolvimento, de encanto... Saber dar as pausas, o tempo para o imaginário de cada criança construir seu cenário, visualizar os seus monstros, criar os seus dragões, adentrar pela sua floresta, vestir a princesa com a roupa que está inventando, pensar na cara do rei... e tantas coisas mais... E se forem as ilustrações do livro, feitas por um desenhista, dar o tempo para que todos vejam (ou os que preferem caminhar na sua própria e pessoal ilustração, que fechem os olhos...) E quando a criança for manusear sozinha o livro, que o folheie bem folheado, que olhe tanto queira, que brinque com seu formato, que se delicie em retirá-lo da estante (reconhecendo-o sozinha... seja em casa ou na escola) que vire página, ou que pule algumas para reencontrar aquele momento especial que estava buscando... Se a criança não lê é porque não lhe estão apontando caminhos para o desfrute de bons e belos textos... Que existem (tantos) e são fáceis de achar... Literatura é arte, literatura é prazer... Que a escola encampe esse lado e deixe as cobranças didáticas para os departamentos devidos... E nesse sentido, ela faz parte do leque da educação artística e não da língua portuguesa... Uma das atividades mais fundantes, mais significativas, mais abrangentes e mais suscitadoras de tantas outras, é a que decorre do ouvir e do ler uma boa história... Como seres em sociedade, acreditem na beleza desta Arte...

Fanny Abramovich

Continuação de Boa Gestão,
Vânia Leal

16 novembro 2006

Sucesso

Sabem onde é que o sucesso vem antes do trabalho? No dicionário!
Espero que o vosso estágio e a vossa formação seja um sucesso! Mas para isso temos de trabalhar muito.
“ Ninguém educa ninguém, como tão pouco ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam em comunhão mediatizados pelo mundo”
Pedagogia do Oprimido, 1975:97

Bjs Sara Silva

Evoluindo...

Evoluam, nunca estagnem no tempo....
Bjs Sara Silva

Uma BD em Língua Gestual Portuguesa


O professor Francisco Goulão lançou na web uma história em banda desenhada.
"A Viagem" foi criada, escrita, ilustrada, desenhada e realizada por Francisco Goulão (surdo e professor de surdos) e pode ser vista em :
Por vezes, em prol de situações menos inquietantes esquecemo-nos destas!
Sara Silva

Inquietações Pedagógicas

"Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso…” Jorge de Sena in Metamorfoses O MARKETING E A EDUCAÇÃO DE INFÂNCIA Ou: Da necessidade de sermos (nós e as crianças) “consumidores” esclarecidos Estamos no “arranque” do novo ano lectivo. As caixas de correio (mesmo com avisos de “publicidade não, obrigado!”) enchem-se de panfletos, os nossos endereços electrónicos são invadidos por propostas aliciantes, as promoções são muitas, em qualquer loja onde me desloque perguntam se tenho “cartão de cliente” e enumeram-me vantagens sem fim em me “fidelizar” . Antes de férias, vi, nas “grandes superfícies”, escaparates com uma variedade enorme de livros de fichas para… “trabalhos de férias” para as crianças, mesmo para as mais pequenas… para quê? “escolarizar” ainda mais a entrada no jardim de infância? E o direito inalienável da criança… BRINCAR, consagrado na Convenção dos Direitos da Criança? Entretanto, continuamos a ser um dos países europeus que menos lê, que menos compra livros, considerados um produto “quase” de luxo, que menos entende a matemática como forma de organizar a vida, de resolver problemas e de estruturar o pensamento. Esta contradição confrange-me. Ouvi há dias o Manuel Jacinto Sarmento, numa das suas brilhantes análises sociológicas sobre a infância, falar no “mercado de serviços” para as crianças, no “franchising” de produtos para as crianças, no mercado de materiais didácticos” para os jardins de infância, nos processos de “marketing” que invadem as mentes das crianças e as bolsas dos seus pais. Lembro a quantidade de materiais didácticos que começaram a surgir no mercado desde que, em 1997, se publicaram as Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar, muitos – tenho a obrigação moral de o dizer publicamente! – de muita fraca qualidade e adulterando os princípios pedagógicos subjacentes a esse documento orientador. Habituei-me desde sempre, como educadora, a trabalhar com materiais e recursos limitados, investindo sobretudo em materiais que possibilitassem a expressão livre das crianças. Compreendo que os tempos são outros. Mas tenho consciência quanto hoje é mais difícil para os educadores fazerem escolhas esclarecidas e responsáveis e de como, eventualmente, serão as próprias famílias a perguntar, no arranque do ano lectivo, qual é o “manual” para os 5-6 anos ou a colecção de “fichas” que devem comprar.... Como formadora de futuros educadores tenho consciência de que a minha instituição deve informar e formar os estudantes nessa matéria, chamando a atenção para a estética dos materiais, para a sua correcção em termos de multiculturalidade ou na não promoção de estereotipos de género. Não me parece que isso baste e afirmo que, numa lógica de “prestação de serviços à comunidade”, temos que ajudar os educadores de infância a fazerem selecções criteriosas dos materiais que colocam nos seus jardins de infância e, decorrentemente, dos modelos explícitos e implícitos que passam às crianças e às suas famílias. Com o Manuel Jacinto Sarmento afirmo “lógicas de acção que recusem a dominação” e “lógicas de acção que afirmem os Direitos da Criança” e promovam “uma concepção alternativa de uma cidadania da infância” nos tempos que são os de hoje. Uma cidadania esclarecida, que faça escolhas conscientes, que não deixe poluir a ética e a estética das suas vidas com produtos que não serão os de… primeira necessidade!
Teresa Vasconcelos Setembro de 2006 ( Publicado por Inquietações Pedagógicas )

Sara Silva

15 novembro 2006

A Invenção da Escrita

A escrita foi inventada já há mais de 5000 anos pelo povo sumério.Este povo vivia numa região chamada Mesopotâmia, local onde surgiram as primeiras civilizações urbanas, trabalhavam na agricultura e criavam animais.
Não se sabe exactamente como fizeram tal invenção, mas como estas civilizações eram formadas por pequenas comunidades sob a autoridade de um rei e perante a necessidade de controlar os seus bens, surgem então os primeiros registos relacionados com as quantidades de sacos de grãos ou cabeças de gado.
Os sumérios para contarem os animais que tinham, faziam recipientes com a mesma forma dos animais que possuíam...
... e por cada animal, deitavam no recipiente pequenas bolas de barro. Como este processo era um pouco complicado, um dia lembraram-se de desenhar os animais numa placa de barro e fazerem por baixo um tracinho por cada animal.Estas placas, uma vez escritas, eram secas ao Sol. Os sumérios utilizavam para escrever, objectos de metal, osso e marfim, pontiagudos numa das pontas. No início, as placas de barro só serviam para registos contáveis, mais tarde foram utilizadas para narrações históricas e relatos épicos. Estas informações chegaram até nós, em virtude do descobrimento de uma biblioteca daquele tempo, onde se encontraram documentos administrativos, históricos e religiosos. As placas encontradas estavam guardadas em cestos e caixas de madeira com inscrições para poderem ser localizadas. Este tipo de escrita ficou conhecido por escrita cuneiforme, porque os caracteres tinham a forma de cunha.

FIM

Carina, Cristiana e Eva

14 novembro 2006

As bolas de sabão que esta criança…

As bolas de sabão que esta criança
Se entretém a largar de uma palhinha
São translucidamente uma filosofia toda.
Claras, inúteis e passageiras como a Natureza,
Amigas dos olhos como as cousas,
São aquilo que são
Com uma precisão redondinha e aérea,
E ninguém, nem mesmo a criança que as deixa,
Pretende que elas são mais do que parecem ser.
Algumas mal se vêem no ar lúcido.
São como a brisa que passa e mal toca nas flores
E que só sabemos que passa
Porque qualquer cousa se aligeira em nós
E aceita tudo mais nitidamente.
Fernando Pessoa

As vossas bolinhas de sabão são as crianças com quem estão agora a estagiar. Deixem-nas pousar nas vossas mãos cuidadosas e olhem bem por elas. Continuação de bom estágio!
Sara Silva, Salomé Rodrigues e Lurdes Jorge

"O Livro das Fadas - Um Belo Passeio pela Época mais Festiva do Ano"


Escrito especialmente para as crianças, o livro trata do mundo mágico das fadinhas, com ricas ilustrações e histórias curiosas que descrevem o universo desses seres mágicos e ainda reúne receitas simples capazes de juntar pais e filhos para uma grande diversão. Conta ainda histórias sobre o Natal e suas tradições, além de jogos e brincadeiras. As crianças também vão aprender a fazer em casa cartões de Natal, lanternas chinesas e outros enfeites, sempre inspirados nas personagens do livro.
"O Livro das Fadas - Um Belo Passeio pela Época mais Festiva do Ano"
Autor: Betty Bib.
Beijos Sara Silva

"Contos de encantar dos tempos modernos"...

Os contos de encantar já são todos muito, muito antigos, mas decerto não teriam o mesmo desenrolar se fossem feitos ou contados agora... Senão, vejamos... Aposto que a Cinderela jamais teria dormido junto à lareira a sonhar com o dia em que não teria de passar os vestidos das irmãs e da madrasta a ferro. Se fosse agora a família da Cinderela teria uma empregada doméstica e a madrasta e as irmãs usariam fatos em poliéster, que não necessitam de ser engomados. Além disso, se a Cinderela fosse obrigada a tocar numa vassoura ou pano do pó, processaria a família por maus tratos e teria direito a notícia de abertura num qualquer telejornal. Quanto à história da Branca de Neve... meus amigos... a madrasta da Branca de Neve não teria de ficar angustiada com o facto de a enteada ser mais bela. Consultaria um cirurgião plástico e resolveria o problema com um nariz helénico, uns lábios grossos e contornados e uns olhos rasgados. E a Branca de Neve nunca iria fugir para uma pobre e triste cabaninha no meio da floresta... nada disso. A nossa menina iria alojar-se num condomínio fechado frente ao mar, com piscina aquecida, health club e segurança 24 horas. E não iria ficar a dormir à espera de um qualquer príncipe, em vez disso iria para uma discoteca da moda tentar conquistar um trintão charmoso. Na história moderna da Capuchinho Vermelho a avó, em vez de pedir que a neta lhe levasse o lanche, telefonaria para um restaurante take-away para pedir Bife três pimentas com batatinhas novas e cenouras salteadas. Convidaria a neta para almoçar e esta dirigir-se-ia até à casa da avó num magnífico descapotável vermelho. Mais tarde o caçador e o lobo mau apareceriam para tomar café. Ah, e o lobo levaria meio quilo de miniaturas de bolas de berlim para a avozinha. ... Enfim Histórias adaptadas aos tempos modernos.
Beijos Sara Silva

13 novembro 2006

José e o Deslumbrante Manto de Mil Cores

"José e o Deslumbrante Manto de Mil Cores" (título original: Joseph and the Amazing Technicolor Dreamcoat) é um dos mais famosos musicais da dupla Andrew Lloyd Webber (música) e Tim Rice (letras), autores de obras tão famosos como Cats, Fantasma da Ópera ou Evita.
Esta obra é baseada na estória bíblica de José, filho de Jacob, que tinha o dom de interpretar os sonhos. Com muitas peripécias e alguns quase-dramas, este divertido musical assume algumas semelhanças com a ópera-rock "Jesus Christ Superstar", dos mesmos autores. Ficaram especialmente famosas as canções "Any Dream Will Do", "Close Every Door" e "One More Angel in Heaven"
Este espectáculo é apresentado com um elenco de actores/cantores profissionais, acompanhados por orquestra ao vivo, e conta com a participação especial de 300 crianças."José e o Deslumbrante Manto de Mil Cores" é um musical de cor e ritmo sendo desde há vários anos aclamado na Broadway e no West End londrino como "o musical de toda a família", tendo sido recentemente inserido no Guiness Book of Records como o musical que mais tempo esteve em digressão.
Este espectáculo irá realizar-se entre os dias 24 a 26 de Novembro no Coliseu do Porto e de 2 a 4 de Dezembro no Teatro Académico de Gil Vicente e Coimbra.
O musical “José e o Deslumbrante Manto de Mil Cores” vai ter uma sessão especial para escolas no dia 24 de Novembro, às 14h30.
Preço por aluno é de 7 euros. Os professores não pagam entrada.
É intenção da produção que o espectáculo tenha não só um carácter de entretenimento, mas também educativo.
Assim, para além de assistirem ao próprio espectáculo, os alunos poderão, após o término, fazer uma visita aos bastidores, para conhecerem o modo de funcionamento de um espectáculo deste género. Os artistas ficarão também à disposição para conversarem com os alunos e responderem a todas as questões que estes lhes queiram colocar. Também será fornecido algum material didáctico relativo à peça, para os professores poderem posteriormente explorar na sala de aula.
Fica aqui uma sugestão para irem com as vossas crianças.
Carina, Cristiana e Eva

Olá Turma!!

Esta semana compete-nos a nós a gestão do blog, por isso agradecemos a vossa colaboração e participação tanto na publicação, como nos comentários.
Participem Já... :)
Beijinhos
Carina Fernandes
Cristiana Tavares
Eva Joana

Mais uma semana.

Chegou ao fim a nossa semana de gerir o blog. Espero que tenham gostado de estar connosco. obridaga por terem contribuído para o crescimento do blog, continuem a participar, tal como nós vamos fazer.
Boa sorte para o próximo grupo.

Telma, Anne, Patrícia.

Lenda de São Martinho

Era um valente soldado romano que estava a regressar da Itália para a sua terra, algures em França. Montado no seu cavalo estava a passar num caminho para atravessar uma serra muito alta, chamada Alpes, e, lá no alto, fazia muito, muito frio, vento e mau tempo. Martinho estava agasalhado normalmente para a época: tinha uma capa vermelha, que os soldados romanos normalmente usavam. De repente, aparece-lhe um homem muito pobre, vestido de roupas já velhas e rotas, cheio de frio que lhe pediu esmola. Infelizmente, Martinho não tinha nada para lhe dar. Então, pegou na espada, levantou-a e deu um golpe na sua capa. Cortou-a ao meio e deu metade ao pobre. Nesse momento, de repente, as nuvens e o mau tempo desapareceram. Parecia que era Verão! Foi como uma recompensa de Deus a Martinho por ele ter sido bom. É por isso que todos os anos, nesta altura do ano, mesmo sendo Outono, durante cerca de três dias o tempo fica melhor e mais quente: é o Verão de São Martinho.

Dois provérbios:
- No dia de S. Martinho vai-se à adega e prova-se o vinho.
- No dia de S. Martinho vai à adega e prova o teu vinho.
- No dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho.

Assar castanhas:
Como se preparam as castanhas para assar? -
Molham-se (não tem que ser, mas ajuda a que o sal agarre).
- Dá-se um golpe em cada uma (retalhar).
- Põe-se sal. - Põe-se um pouco de erva-doce (dá um sabor muito bom).
- Põem-se dentro do fogareiro (ou num tabuleiro no forno, ou no calor de uma fogueira).

Sandra Castro

Poesia

Normalmente a poesia não é muito bem aceite pelas nossas pequenas crianças leitoras e mesmo pelos jovens leitores. Estes acham que é "lamechas" ler poesia e aqueles, nunca foram estimulados para o fazer. Competirá aos mediadores adultos fazer a ponte, entre esta maneira de "falar e de dizer" as ideias poéticas, através de palavras, que se destacam pelas sonoridades, pela deslocação dos seus lugares habituais, nas frases, e pela estranheza dos seus significados metafóricos. Esta ponte que necessariamente os mediadores têm que fazer passará também pela forma como lêem o poema pois, ele viverá ou morrerá dependendo desta leitura. Então, para os que dão importância à poesia como estratégia aqui vão algumas notas sobre "Como ler um poema em voz alta": Ler o poema devagar- ler devagar é a melhor forma do poema ser entendido por quem lê e por quem ouve; a leitura calma permite que se consigam aproveitar todas as potencialidades das palavras que são ditas; Ler num tom de voz normal e relaxado - não é necessário acentuar dramáticamente a leitura; o estilo coloquial adequa-se à maior parte da poesia. As palavras é que fazem todo o trabalho; Fazer pausas através da pontuação- obviamente que os poemas são escritos em verso. Contudo, as pausas devem ser consideradas, não no final dos versos, mas pela pontuação; Ler com convicção - isto significa conhecer todos os significados das palavras, de forma poder-se transmitir, através da expressão facial, ou outra, o verdadeiro sentido de todo o poema.

Sara Silva