Didáctica da Língua em Rede - Educação de Infância

Na era das TIC impunha-se a criação de um espaço de formação interactiva, complementar à vida da sala de aula. Aqui está ele! Aberto à publicação de textos, imagens, pedidos de ajuda, sugestões...Aqui está a possibilidade de continuarmos e explorar as potencialidades da nossa língua portuguesa. Enviem as vossas publicações para educinf@hotmail.com. Todos seremos poucos. Bem-vindos!!! ENDEREÇO PARA "POSTAGENS": educinf@hotmail.com JMCouto

20 janeiro 2007

Educar à Força


Depois de umas calinadas, novo tema interessante e complexo veio à tona. O assunto é a educação que as crianças recebem na infância. Na maioria das sociedades temos enraizado a violência. Desde pequenos reagimos à violência com violência. Bem muitas familias dão educação soberba aos filhos, educando-os com amor, …, mas existe o problema que quando tais filhos vão para a escola (e sociedade) não vão encontrar um ambiente calmo e sincero que tinham em casa.
A escola como está hoje em dia não prepara as pessoas para enfrentar o futuro com seriedade e paz. Não existe um ensino que fomenta a inteligência do aluno, que faça o aluno pensar com critica, duvida e paixão. Em toda a existência do Ser Humano, quando existe um problema a resolver, temos duas soluções, ou o caminho fácil - violência, impaciência, hipocrasia; ou então o caminho dificil - paciência, paixao, amor, …!
E mediante estas duas saídas o Homem prefere (quase) sempre o mais fácil…pois este não foi moldado para enfrentar a dor, a violência, o ódio … com amor, perdão e humildade. Quando um casal decide ter um filho resolve algumas lacunas da sua consciência como: mais um membro para a familia, alguém do nosso sangue parecido connosco, continuidade à nossa descendência, outro alguém a quem possamos dar amor, mais um objectivo da vida cumprido,…,afim! Na etapa da educação do seu(s) filho(s), estão perante uma tarefa graciosa mas importante. Existem dois modos de educar(ção): (sim a educação não é só disciplina…)
1-Transmitir disciplina dando violência fisica;
2-Transmitir disciplina, conversando de forma inteligente com os filhos para que vejam a diferença entre o bem e o mal…!
Está enraizado nos genes do Ser Humano que o filhos tendem sempre a imitar as acções dos pais. E um filho maltratado na infância irá fazer o mesmo aos seus filhos. Sim existem excepções, mas raras, pois as “marcas” nascidas na infância são profundas.
Ainda existem muitos pais que acham que bater no filho transmite disciplina. Mas onde está escrito que a violência implica disciplina doiradoura? Sim dar uma palmada é mais fácil do que conversar. Violência “paralisa” nossos nerónios não criando actividade pensante…! E isso é mau. Violência fomenta ódio e medo…!
Há quem diga: “bater” sim mas de forma inteligente…Que significa isso? Bater mas aleijar pouco? Bater sim mas depois dar uma prenda? Eu acho que tais pais seguem na mesma o tal caminho do fácil…! Claro que não somos perfeitos…sim! Quando batemos por algum motivo deviamos pedir desculpa e depois falarmos dando exemplo vivos da nossa vida. Assim nossos filhos pensam, ficam absortos no acontecimento e aprendem … com paz e amor!

É só teorias…só palavreado pois! (…)

Encontrei este artigo e achei bastante interessante, já que me fez questionar sobre a melhor forma de educar.
E vocês Educadores/as como é que educam? É um desafio que vos deixo!Será que somos capazes e adaptamos um perfil adequado para preconizar uma educação de qualidade? Gostava que todas participassem neste desafio.

Beijos Sara Silva

As palavras, Eugénio de Andrade

São como um cristal,
as palavras.
Algumas,
um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

As palavras orvalho aparecem pela manhã, leves e refrescantes, líquidas e macias. Alimentam-nos as flores da alma.
beijinhos,Daniela.

sopa de letras de verbos


Para o fim de semana uma sopa de letras de verbos.são 128 verbos na horizontal, na vertical e na diagonal, em todas as direcções… Consegues encontrá-los?
beijinhos,Daniela,Lara e Marta

19 janeiro 2007

Desejamos um



beijinhos,Daniela,Lara e Marta

Um poema,Saul Dias

Mesa em frente à janela, de Picasso

Um poema
é a reza dum rosário
imaginário.
Um esquema
dorido.
Um teorema
que se contradiz.
Uma súplica.
Uma esmola.
Dores,
vividas umas, sonhadas
outras…
(Inútil destrinçar).
Um poema
é a pedra duma escola
com palavras a giz
para a gente apagar ou
guardar

in Essência

Daniela,Lara e Marta


365 Historias



Um fiel companheiro para o ano inteiro.
Este belo livro, magnificamente ilustrado,
oferece, às crianças e aos adultos, histórias
divertidas e variadas para cada dia do ano.
por acaso tenho a ediçao anterior e dei-lhe o nome
a minha historia de aniversario,isto é leio uma historia
no dia de aniversario das crianças...

beijinhos,Daniela

18 janeiro 2007


António (2002): O Galo da Velha Luciana,
ilustrações de Elsa Navarro,
Vila Nova de Gaia: Gailivro
ISBN: 972-8723-65-2
O Galo da Velha Luciana é um livro publicado recentemente, em 2002, que nos fala de uma bonita história de amizade que foi crescendo aos poucos entre uma velha chamada Luciana e o seu galo muito especial. A velha tinha uma galinha que chocava 18 ovos por ano, um ano a galinha apenas chocou 1 ovo. Quando o pintainho nasceu era feio e nem sequer tinha penas. Ninguém gostava dele, mas um dia isso mudou quando o galo salvou a velhinha de se queimar na fogueira. A partir daí nasceu uma grande amizade. Um dia o galo entalou-se com uma moeda dourada que a velha tinha perdido. No dia seguinte o galo era o galo mais lindo da aldeia, ornamentado de penas douradas, crista violeta e bico azul.
Esta é uma obra lindíssima, com uma linda moral, que nos diz que não se deve julgar as pessoas pelo o que aparentam ser mas pelo o que realmente são. É uma obra repleta de valores. O valor mais evidente recitado nesta obra é a amizade, que é mais forte que tudo e não há nada que a compre, isto denota-se quando a velha Luciana diz “Não vendo!...Não há dinheiro que pague a amizade que tenho pelo bicho…”. É um livro que mostra a excelência da ilustradora pois tem um texto icónico que realça o texto verbal. Ao ler este livro, logo de inicio, somos remetidos para uma intertextualidade com a história do “Patinho Feio”, pois ao inicio, quando o galo nasceu ninguém gostava dele por ser diferente “E a galinha… recusou-se a abrir as asas para o abrigar…”, “Por todos abandonado…”.
É de facto um livro que vale a pena ler às crianças, com as crianças e pelas crianças pois tem fortes valores a desenvolver e apela aos conhecimentos literários anteriores da criança a ao imaginário, a partir do belo e harmonioso texto icónico.
Espero que gostem beijos Sara Silva

Criança!!!


Criança,

tu és o conforto

Criança,

tu és o amor.

Tu,

que tens alegria

nos teus olhos

E que aos outros

ofereces amizade;

Tu,

que caminhas

Sem maus pensamentos

E que amas

Sem rodeios Vem ...!

Vem comigo.

Dá-me a tua mão.

Criança,

Tu és o símbolo

Do amor

Da paz

E da liberdade.

Tu és o fruto

Da inocência

E da pureza.

Criança

Ajuda-nos a construir

Um mundo bom,

Como tu

Estrela brilhante!

Paula Perna

"HEAL THE WORLD"



por que somos todos iguais, e infelizmente esquecemos disso...esquecemos do que jamais poderiamos esquecer...da felicidade das nossas crianças..

Beijinhos,Daniela,Lara e Marta

17 janeiro 2007

Literatura Infantil

Histórias para crianças (faixa etária / áreas de interesse / materiais / livros)

1 a 2 anos

A criança, nessa faixa etária, prende-se ao movimento, ao tom de voz, e não ao conteúdo do que é contado. Ela presta atenção ao movimento de fantoches e a objetos que conversam com ela. As histórias devem ser rápidas e curtas. O ideal é inventá-las na hora. Os livros de pano, madeira e plástico, também prendem a atenção. Devem ter, somente, uma gravura em cada página, mostrando coisas simples e atrativas visualmente. Nesta fase, há uma grande necessidade de pegar a história, segurar o fantoche, agarrar o livro, etc..

2 a 3 anos

Nessa fase, as histórias ainda devem ser rápidas, com pouco texto de um enredo simples e vivo, poucos personagens, aproximando-se, ao máximo, das vivências da criança. Devem ser contadas com muito ritmo e entonação. Tem grande interesse por histórias de bichinhos, brinquedos e seres da natureza humanizados. Identifica-se, facilmente, com todos eles. Prendem-se a gravuras grandes e com poucos detalhes. Os fantoches continuam sendo o material mais adequado. A música exerce um grande fascínio sobre ela. A criança acredita que tudo ao seu redor tem vida e vivência, por isso, a história transforma-se em algo real, como se estivesse acontecendo mesmo.

3 a 6 anos

Os livros adequados a essa fase devem propor "vivências radicadas" no cotidiano familiar da criança e apresentar determinadas características estilísticas.
Predomínio absoluto da imagem, (gravuras, ilustrações, desenhos, etc.), sem texto escrito, ou com textos brevíssimos, que podem ser lidos, ou dramatizados pelo adulto, a fim de que a criança perceba a inter-relação existente entre o "mundo real", que a cerca, e o "mundo da palavra", que nomeia o real. É a nomeação das coisas que leva a criança a um convívio inteligente, afetivo e profundo com a realidade circundante.
As imagens devem sugerir uma situação que seja significativa para a criança, ou que lhe seja, de alguma forma, atraente.

As crianças, nessa fase, gostam de ouvir a história várias vezes. É a fase de "conte outra vez".
Assim como as histórias infantis, os contos de fadas têm um determinado momento para serem introduzidos no desenvolvimento da criança, variando de acordo com o grau de complexidade de cada história.
Os contos de fadas, tais como: "O Lobo e os Sete Cabritinhos", "Os Três Porquinhos", "Cachinhos de Ouro", "A Galinha Ruiva" e "
O Patinho Feio" apresentam uma estrutura bastante simples e têm poucos personagens, sendo adequados à crianças entre 3 e 4 anos. Enquanto, "Chapeuzinho Vermelho", "O Soldadinho de Chumbo" (conto de Andersen), "Pedro e o Lobo", "João e Maria", "Mindinha" e o "Pequeno Polegar" são adequados a crianças entre 4 e 6 anos.

6 anos a 6 anos e 11 meses

Os contos de fadas citados na fase anterior ainda exercem fascínio nessa fase. "Branca de Neve e os Sete Anões", "Cinderela", "A Bela Adormecida", "João e o Pé de Feijão", "Pinóquio" e "O Gato de Botas" podem ser contadas com poucos detalhes.

visitem o site,http://www.graudez.com.br/litinf/livros.htmtem muito mais sobre a literatura infantil.
Daniela,Lara e Marta.

ola turma!!!

Encontrei alguns sites sobre Poesia,Livros,Historias e Literatura Infantil,deixo aqui os links,podem vos ser uteis.

Beijinhos,Daniela Silva

http://www.letrinha.net/
http://lagartadoslivros.weblog.com.pt/
http://www.boasleituras.com/
http://www.caracol.imaginario.com/index.html
http://elefante-editores.co.pt/revista/
http://www.imaginaria.com.ar/
http://guida.querido.net/naveg.htm
http://www.docedeletra.com.br/
http://www.carlapott.com/
http://www.canaldolivro.com.br//
http://www.obichinhodeconto.pt/
http://sal.iplb.pt/
http://www.alaincorbel.in-netz.com/

Adivinha...



O que é?
Se ainda não sabes,
Eis uma pista:
Transporta coisas,
Mas não tem mãos.
Corre, mas não tem pernas.
Sopra, mas não tem boca.



O que é?
Se ainda não sabes,
Eis uma pista:
Podem ver-me nas banheiras
E máquinas de lavar,
Quanto mais limpo,
Mais suja fico.



O que será?
Se ainda não sabes,
Eis uma pista:
Estou sempre a girar,
Tal como uma bola enorme.
Sobre mim vivem muitas pessoas.
Haverá espaço para elas todas?



O que é?
Se ainda não sabes,
Eis uma pista:
Começa com a fricção.
Aumenta se o soprares.
Morre se o tapares.

Deixo aqui algumas adivinhas,espero que gostem e tentem descobrir...

beijinhos,Daniela

Liberdade - Fernando Pessoa

Olá Colegas!

Encontrei este filme no youtube que nos fala de um poema de Fernando Pessoa e visto que esta semana falamos de poesia, achei pertinente presentiar-vos com este lindo poema, pequeno mas objectivo!

Espero que gostem, beijos Sara Silva

16 janeiro 2007

Poema



Era tão pequeno,
que ninguém o via.
Dormia, sereno,
enquanto crescia.
Sem falar, pedia
porque era semente-
- ver a luz do dia,
como toda a gente.
Não tinha usurpado
a sua morada.
Não tinha pecado.
Não fizera nada.
Foi sacrificado
enquanto dormia.
Esterilizado
com toda a mestria.
Antes que a tivesse,
taparam-lhe a boca,
- tratado, parece,
qual bicho na toca.
Não soltou vagido.
Não teve amanhã.
Não ouviu: «-Querido...»
Não disse: «-Mamã...»
Não sentiu um beijo.
Nunca andou ao colo.
Nunca teve o ensejo
de pisar o solo,
pezito descalço,
andar hesitante,
sorrindo, no encalço
do abraço distante.
Nunca foi à escola,
de sacola ao ombro,
nem olhou estrelas
com olhos de assombro.
Crianças iguais
à que ele seria,
não brincou com elas,
nem soube que havia.
Não roubou maçãs,
não ouviu os grilos,
não apanhou rãs
nos charcos tranquilos.
Nunca teve um cão,
vadio que fosse,
a lamber-lhe a mão,
à espera de um doce.
Não soube que há rios
e ventos e espaços.
E invernos e estios.
E mares e sargaços,
e flores e poentes,
E peixes e feras
- as hoje viventes
e as de antigas eras.
Não soube do mundo.
Não viu a magia.
Num breve segundo,
foi neutralizado
com toda a mestria:
Com as alvas batas,
máscaras de entrudo,
técnicas exactas,
mãos de especialistas
negaram-lhe tudo
(o destino inteiro...)
- porque os abortistas
nasceram primeiro.

Anónimo

O referendo está a chegar, está nas nossas mãos decidir.
Achei este poema tão lindo que não podia deixar de o publicar e neste espaço fazer-vos pensar!

Beijos Sara Silva

Era uma vez...


Uns pais que tinham muitos filhos.

Um dos filhos chamava-se polegarzinho.

Um dia, quando a família passeava junta, o polegarzinho perdeu-se dos pais.
Procurou por todo o lado, mas não conseguiu encontrar a sua família perdida.
Quando os pais lhe diziam que ele tinha de aprender onde morava e o número de telefone, ele achava que isso não era importante, estando sempre na brincadeira.
Se ao menos ele tivesse escrito o telefone num papel, como a sua mãe muitas vezes lhe dizia, nada disso teria acontecido.

O tempo passou, e sem encontrar a sua família.

Entretanto, encontrou uma menina bastante bonita, da qual gostou muito.
Ela também se apaixonou por ele e ambos quiseram casar.
Construíram uma casa, numa terra com muito sol e aí viveram.

A sua grande tristeza era nunca mais ter visto a sua família. Pois não sabia o nome dos pais nem a morada nem o telefone!

Todos os seus filhos desde pequeninos, aprenderam a escrever o número de telefone, e a morada, porque o polegarzinho lhes contou a sua história.



Moral da história: A vida não é só brincadeira, também temos que aprender as coisas que nos ensinam.

História Inventada pela: Carolina Godinho

15 janeiro 2007

Uma pequena historia...

Gostava de partilhar com vocês este pequeno vídeo.Não ponham barreiras na vida das crianças,deixem-nas serem livres como as borboletas.
Daniela,Lara e Marta


Ola turma!!!



Esta semana quem vai gerir o blog sou eu (Daniela), Lara e Marta.
Agradecemos a vossa colaboração e participação.
Beijinhos e não deixem de participar.

14 janeiro 2007

Deixo-vos uma reflexão...

Esta semana, o blog esteve escasso de comentários e ideias.
O que terá falhado?
Bem, de qualquer forma agradeço a vossa colaboração e também visualização. Se por algum erro que tenhamos cometido não nos levem a mal, porque "Errar é humano".
As possibilidades de resposta para postagens anteriores ficam em aberto.
Agora, estão à procura de resposta.
Boa Sorte para todo o grupo do Curso de Educação de Infância da ESE Jean Piaget de Canelas, Vila Nova de Gaia.
Deixo-vos uma reflexão:
"Meio Educativo Ideológico.
O que o caracteriza não é a tenacidade espiritual, mas o dinamismo, um impulso vital entusiasta. Neste caso, não há trabalho, há entrega total a uma acção. Não se esperam propostas, cria-se; nunca por obrigação, sempre com total prazer. Não existem dogmas, mas problemas a resolver; não há sensatez, mas entusiasmo. Um esteticismo moral, uma espécie de repulsa natural pela baixeza, constitui o travão; odeia-se, por vezes; nunca se despreza. A tolerância não resulta da insuficiência das convicções, mas do respeito pelo pensamento humano, pela alegria de a ver evoluir livremente e preencher o espaço das múltiplas trajectórias. Audiciosos nos empreendimentos, interessam-se igualmente pelo barulho das ferramentas dos outros, sempre curiosos em relação ao que se prepara para amanhã e aceitando antecipadamente erros, lutas, dúvidas e negações.
Se o meio dogmático parece ser propício à criança passiva, este parece favorável à criança activa. O que explica muitas decepções dolorosas: a uma entregam-se dez mandamentos inscritos em pedra, enquanto, ela sonha poder escrevê-los em letras de fogo sobre o seu peito; à outra, impõe-se uma investigação solitária das verdades da vida, enquanto ela esperava recebê-las já preparadas e claramente definidas. Corremos o risco de nunca compreender este problema se nos aproximarmos de uma criança dizendo «hei-de fazer de ti um homem», em vez de pensar «que homem poderás tu vir a ser?»."
Janusz Korczak
"COMO AMAR UMA CRIANÇA"

Educação...

Já definia a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira que EDUCAÇÃO é a "Acção ou efeito de educar, de formar uma criança, uma pessoa, de desenvolver as suas faculdades físicas, morais, intelectuais (...)
Em sentido mais geral, dá-se o nome de educação ao desenvolvimento de toda a natureza do homem, física, intelectual e moral, graças à inter-acção com os ambientes físico e social; em sentido mais estreito e mais usado, designa-se assim o desenvolvimento das capacidades do espírito por especiais processos de treino. Durante muito tempo a ideia mais comum limitou-se ao sentido estreito de «instrução», mas depois tornou-se claro para todos que qualquer estímulo que provoque uma série de reacções no organismo do homem tem influência na modelação do seu carácter. Sem embargo, tal concepção é demasiado vaga para ter valor geral, e chegou-se a uma formulação mais ou menos semelhante ao seguinte: constituem a educação todos os processos conscientemente adoptados por uma dada sociedade para realizar nos indivíduos os ideais que são aprovados pelo agregado social a que eles pertencem; ao passo que constituem a instrução todos os meios definidos e todos os métodos adoptados sob a direcção duma instituição especial (por via de regra, a escola) para o atingimento de certos fins particulares, inteiramente - ou pela maior parte - de índole intelectual. "
Quero com isto responder à ideia gerada anteriormente pela Sara. E mostrar uma outra perspectiva do acto de educar.
Mas sem dúvida, Rubem Alves "lança" o melhor dos significados que um Educador pode ter.

BRINCADEIRAS

Divertir e Aprender
A grande curiosidade do seu bebé, o seu interesse por tudo aquilo que está ao seu redor, a vontade de manipular os objectos: tudo isso é "jogo". Para os bebés, o jogo ou a brincadeira é um verdadeiro "trabalho", uma tarefa fundamental para explorar o ambiente e aprender com isso.
As brincadeiras e seus significados: no primeiro ano de vida, é um excelente exercício físico e psíquico: desenvolve músculos e cérebro, coordenação e memória, capacidades sensoriais e inteligência. E o primeiro e mais divertido brinquedo de um recém-nascido é o seu próprio corpo, que ele tateia e descobre com verdadeiros gritinhos de alegria. Mais tarde, quando aprende a gatinhar, tem ao seu redor todo um mundo de objectos a explorar e começa então a colocar em prática o que já sabe fazer e a desenvolver o que ainda tem que aprender. Não aceita mais a sua ajuda, quer isso sim o seu encorajamento, a sua aprovação... isso inclusivé dá um sentido afectivo aos seus progressos e às suas conquistas. Depois do primeiro aniversário, o bebé transforma-se de explorador em pesquisador... pois não é mais suficiente explorar nos mínimos detalhes os objectos, mas quer também saber o que pode fazer com ele. Durante horas ele pode ficar a repetir os mesmos gestos, mas, na realidade, está a elaborar conceitos, a entender o processo de causa-efeito, e a aprender a inventar algo mais... este é um importante exercício de criatividade e de desafio para consigo próprio. Depois do segundo aniversário, o bebé precisa do jogo para dominar a realidade. Uma realidade feita de eventos que nem sempre ele consegue entender, mas que tem que aprender a adaptar-se e a conviver (quando por exemplo, a mãe se ausenta e ele não entende o porquê que ela foi-se embora). E assim, o jogo e as brincadeiras transformam-se num instrumento para desabafar a sua agressividade e as pequenas frustrações, simulando um mundo onde é ele quem decide.
Os jogos mais aptos de acordo com a idade
Para um bebé, brincar significa aprender a crescer. E à medida que as suas habilidades aumentam, o seu modo de brincar transforma-se. Os melhores brinquedos para ele são aqueles que podem ser explorados, que resistem às suas inúmeras experiências e que tenham cores atraentes.
Até os 6 meses:
nesta primeira fase do seu desenvolvimento, ele prefere os objectos coloridos e em movimento, como os móbiles pendurados.
Perto dos 4 meses, prefere os brinquedos que pode "bater", como os cubos de borracha, bolas e objectos de espuma, animais de plástico, que o ajudam a coordenar os olhos e a mão e, também a segurar os objectos com os dedos. Os brinquedos devem ser resistentes e grandes o suficiente para evitar acidentes quando ele, inevitavelmente, tentará saboreá-los.
Dos 6 meses a 1 ano: agora seu filho já sabe fazer muitas coisas. Está já sentado e diverte-se em segurar os objectos e atirá-los para longe: é o primeiro sinal que o levará a movimentar-se. Quando começar a rolar no chão ou a tentar gatinhar, ofereça brinquedos com rodas ou bolas, pois estimulará a coordenação dos seus movimentos na tentativa de buscá-los de volta ou de lançá-los mais para frente. Os brinquedos de borracha que ele pode morder também são importantes nesta fase em que começam a aparecer os primeiros dentinhos. Uma brincadeira importante é o "esconder", pois se você se esconder e reaparecer, aos poucos ele irá entender um conceito fundamental: que a mãe está sempre presente, mesmo se não a vir por alguns instantes.
Dos 12 aos 18 meses: agora o bebé já aprendeu a andar, é dono da casa, e pronto a transformar qualquer coisa num brinquedo. Uma brincadeira que o diverte muito é reunir e organizar os objectos, como por exemplo, colocar em fila os cubos coloridos. Sente-se também atraído pelos sons: gosta de tambores, pianinhos, xilofones com teclas coloridas, mas também servem as panelas da mãe que ele adora bater com alegria. Mas principalmente, a imitação é uma óptima forma para inventar novos jogos: ele começará a surrupiar os panos de pó, enquanto se estiver a limpar a casa, ou brincará com a farinha enquanto estiver a preparar um bolo, ou pegará num pacote de bolachas da prateleira do supermercado, enquanto se está a fazer as compras. É o momento de estimular a sua criatividade, tomando os cuidados necessários para que não se magoe.
Dos 18 meses aos 3 anos: o seu filho é cada vez mais autónomo e agora apreciará os brinquedos com rodas... triciclos e bicicletas são os favoritos. Agora ele já adquiriu um certo raciocínio lógico e diverte-se com os brinquedos de causa-efeito, daqueles que se aperta um botão e ele abre uma porta...
Por volta dos 2 anos, é provável que ele invente um amigo imaginário e fale com ele em voz alta enquanto brinca sozinho. Este é um acontecimento comum e que pode querer demonstrar a vontade de estar com outras crianças. As brincadeiras dos meninos e das meninas começam a diferenciar-se: os meninos preferem os carrinhos e as meninas divertem-se com panelas e bonecas. Mas é de gosto comum os brinquedos de encaixe, como por exemplo os quebra-cabeça, excelentes para desenvolver a atenção e as habilidades manuais. Nesta fase, o bebé já consegue reconhecer muitos objectos, e outra brincadeira muito instrutiva é folhear um livro ilustrado, onde ele demonstra toda a sua capacidade de localizar estes objectos, dando o nome correto para cada um deles.
Jogos de simulação e fantasia: para um bebé, conhecer a realidade significa representá-la. Identificar-se com os outros significa compreender os modos e actividades daqueles que o rodeiam, imitando o papel dos adultos. Próximo dos 18 meses, o bebé durante as suas brincadeiras finge ser a mãe, muitas vezes vestindo roupas e sapatos da mãe, ou brincar com um aviãozinho onde finge ser o piloto. O jogo de simulação serve para colocá-lo em relação com o mundo das outras pessoas, entendendo as diferenças e estimulando a fantasia.
Afixei esta informação, porque sei que é pertinente para a realização de trabalhos, ou para fundamentações que tenham haver com a Prática Pedagógica, inclusivé para informação pessoal.
Vânia Leal

...EDUCADORES, ONDE ESTARÃO?




Encontrei este artigo num blog e apesar de se destacar pela sua Expansividade achei-o simplesmente lindo. Achei também que ao publicá-lo viria completar o que 5 pessoas disseram num desafio anterior sobre a questão de ser Educador. Acho que vale a pena perder 5 minutos do vosso tempo e abrir novos horizontes no vosso caminho. Não fiquemos estanques, pois a “ A educação moderna está em crise, porque não é humanizada, separa o pensador do conhecimento, o professor da matéria, o aluno da escola, enfim separa o sujeito do objecto”.
Vale a pena pensar nisto!
Beijos Sara Silva


" (...) Educadores, onde estarão? Em que covas se terão escondido? Professores, há aos milhares. Mas o professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é profissão; é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança.
Profissões e vocações são como plantas. Vicejam e florescem em nichos ecológicos, naquele conjunto precário de situações que as tornam possíveis e - quem sabe? - necessárias. Destruído esse habitat, a vida vai-se encolhendo, murchando, fica triste, mirra, entra para o fundo da terra, até sumir.
Com o advento da indústria, como poderia o artesão sobreviver? Foi transformado em operário de segunda classe, até morrer de desgosto e saudade. O mesmo com os tropeiros que dependiam das trilhas estreitas e das solidões, que morreram quando o asfalto e o automóvel chegaram. Destino igualmente triste teve o boticário, sem recursos para sobreviver num mundo de remédios prontos. Foi devorado no banquete antropofágico das multinacionais. E os médicos-sacerdotes? Conseguiam sobreviver, em parte porque as pessoas ainda acreditavam em chás, cataplasmas, emplastros, simpatias e rezas de comadres e curandeiras. Foi em parte isso que impediu que se amontoassem nos consultórios do único médico do vilarejo. Além disso, o tempo durava o dobro. Por outro lado, a ausência de milagres técnicos fazia com que as soluções fossem mais rápidas e simples. Bem dizia a sabedoria popular: "o que não tem remédio remediado está". Também a morte era uma solução.
E o educador? Que terá acontecido com ele? Existirá ainda o nicho ecológico que torna possível a sua existência? Resta-lhe algum espaço? Será que alguém lhe concede a palavra ou lhe dá ouvidos? Merecerá sobreviver? Tem alguma função social ou económica a desempenhar?
Uma vez cortada a floresta virgem, tudo muda. É bem verdade que é possível plantar eucaliptos, essa raça sem vergonha que cresce depressa, para substituir as velhas árvores seculares que ninguém viu nascer nem plantou. Para certos gostos, fica até mais bonito: todos enfileirados, em permanente posição de sentido, preparados para o corte. E para o lucro. Acima de tudo, vão-se os mistérios, as sombras não penetradas e desconhecidas, os silêncios, os lugares ainda não visitados. O espaço racionaliza-se sob a exigência da organização. Os ventos não mais serão cavalgados por espíritos misteriosos, porque todos eles só falarão de cifras, financiamentos e negócios.
Que me entendam a analogia.
Pode ser que educadores sejam confundidos com professores, da mesma forma como se pode dizer, jequitibá e eucalipto, não é tudo árvore, madeira? No final, não dá tudo no mesmo? Não, não dá tudo no mesmo, porque cada árvore é a revelação de um habitat, cada uma delas tem cidadania num mundo específico. A primeira, no mundo do mistério, a segunda, no mundo da organização, das instituições, das finanças. Há árvores que têm personalidade e os antigos acreditavam mesmo que possuíam uma alma. É aquela árvore, diferente de todas, que sentiu coisas que ninguém mais sentiu. Há outras que são absolutamente idênticas umas às outras, que podem ser substituídas com rapidez e sem problemas.
Eu diria que os educadores são como as velhas árvores. Possuem uma face, um nome, uma "história" a ser contada. Habitam um mundo em que o que vale é a relação que os liga aos alunos, sendo que cada aluno é uma "entidade" sui generis, portador de um nome, também de uma "história", sofrendo tristezas e alimentando esperanças. E a educação é algo para acontecer nesse espaço invisível e denso, que se estabelece a dois. Espaço artesanal.
Mas professores são habitantes de um mundo diferente, onde o "educador" pouco importa, pois o que interessa é um "crédito" cultural que o aluno adquire numa disciplina identificada por uma sigla, sendo que, para fins institucionais, nenhuma diferença faz aquele que a ministra. Por isso professores são entidades "descartáveis, copinhos de plástico para café descartáveis. De educadores para professores realizamos o mesmo salto que de pessoa para funções.
É doloroso mas é necessário reconhecer que o mundo mudou. As florestas foram abatidas. Em seu lugar, eucaliptos.
(...)
Frequentemente o educador é mau funcionário, porque o ritmo do mundo do educador não segue o ritmo do mundo da instituição. (...) Bem observa Weber que a racionalização exigia que o corpo do operário, animado pelo ritmo biológico do tempo, fosse submetido ao ritmo da máquina, animado pelo ritmo estabelecido pela racionalização. E é nesse espaço-tempo, político-institucional, que existe essa entidade contraditória que recebe um salário, tem CIC, RG e outros números, adquire direitos, soma quinquênios, escreve relatórios, assina listas de presença e quantifica os estudantes: o professor. Notem o embaraço da gerência para avaliar esta coisa imponderável que é o ensino. Avaliar pesquisa é muito fácil, porque ela pode ser quantificada: números de artigos publicados em revistas especializadas no estrangeiro (que valem mais), número de livros escritos. Essas são actividades pelas quais um professor ganha concursos, consegue promoções, ganha acesso à administração de projectos e à administração de recursos. Mas e o ensino? Como avaliá-lo? Número de horas/aulas dadas? Neste caso, o professor caixeiro-viajante seria o paradigma. O facto é que não pomos critérios para avaliar esta coisa imponderável a que se dá o nome de educação...
Não sei como preparar o educador. Talvez porque isso não seja nem necessário nem possível... É necessário acordá-lo. E aí aprenderemos que educadores não se extinguiram como tropeiros e caixeiros. Porque, talvez, nem tropeiros nem caixeiros tenham desaparecido, mas permaneçam como memórias de um passado que está mais próximo do nosso futuro que o ontem. Basta que os chamemos do seu sono, por um acto de amor e coragem. E talvez, acordados, repetirão o milagre da instauração de novos mundos."
Conversas com quem gosta de ensinar (2003), Rubem Alves.

Madre Teresa de Calcutá...
Esta Mulher, já falecida, é digna de aclamar. Ela deixou imagens/visões para que o Ser Humano, enquanto ser racional e pensante, usufruísse da sua mente para moldar-se ao meio que o envolve. É de facto bonito... mas será concretizável?

Já agora pergunto à Sara Silva, se é possível, facultar-nos (a todos os visitantes deste blog) alguns pontos ou referências locais de citações de Madre Teresa de Calcutá.
Acredito que não seja somente eu que tenha o interesse de "navegar" por excertos ou textos desta Autora.

Vânia Leal